Especialistas apontam causas da queda na renda dos amazonenses

Apesar dos números, o Amazonas detém o segundo lugar no ranking da construção civil brasileira
Apesar dos números, o Amazonas detém o segundo lugar no ranking da construção civil brasileira
Apesar dos números, o Amazonas detém o segundo lugar no ranking da construção civil brasileira

Manaus – O corte em investimentos das empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM), a estagnação no segmento da construção civil e os pacotes de austeridade anunciados pelo Governo do Estado e Prefeitura de Manaus são as principais causas para a queda na renda das pessoas que vivem no Amazonas, no próximo semestre. A análise é dos dirigentes do Conselho Regional de Economia (Corecon-AM), Marcus Evangelista, presidente, e Nelson Azevedo, vice-presidente.

Na quinta-feira (26), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou queda na renda dos brasileiros. A taxa de desemprego registrada em fevereiro superou a alta de janeiro e apontou, pela primeira vez desde 2011, para uma queda na renda da população. Os dados são da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada pelo IBGE.  De acordo com o instituto, a taxa de desocupação chegou a 5,9% no mês passado, um aumento de 14,1% em relação á fevereiro do ano passado.

Segundo Marcus Evangelista, esses índices nacionais afetam tanto trabalhadores como empresários no Amazonas, mas são puxados principalmente pela estagnação de três setores.  “O segmento industrial, a construção civil e o setor público são os principais motores da economia no Estado e, quando eles freiam a circulação de dinheiro, comprometem outros setores dependentes e a travam a economia”, ressaltou o Evangelista.

A construção civil é apontada por Marcus Evangelista como o setor que menos terá chance de se reerguer nos próximos 12 meses. “Desde novembro do ano passado, a área vinha caminhando a passos lentos, com empreendimentos encalhados e construtoras que cortaram despesas e homologaram mais de 2 mil demissões nos últimos seis meses. Como os investidores em imóveis diminuíram e os bancos apertaram os créditos habitacionais, acredito que essa situação irá persistir”, disse.

Efeito dos cortes

Com a meta de reduzir recursos públicos para grandes obras e o corte de 1,5 mil cargos comissionados, o Estado e o Município contribuem diretamente para ajudar na diminuição da renda de pessoas ligadas ao comércio e ao setor de serviços. “Se formos considerar as promessas de cortes do governo e prefeitura para 2015, mais de R$ 1,5 bilhão deverão deixar de circular este ano”, disse o presidente do Corecon-AM.

No caso do PIM, o vice-presidente do conselho Nelson Azevedo, ressaltou que as principais empresas atingidas são as fábricas de peças. “Esse segmento já começou o ano com demissões em massa, porque tinham conhecimento que não suportariam sequer manter as férias coletivas. Este ano, o conselho estima que do setor de peças tenha desligado mais de 1,2 mil pessoas”, declarou.

Tanto Nelson Azevedo como Marcus Evangelista afirmaram que a queda na renda dos amazonenses irá influenciar diretamente na produção interna, comprometendo a economia local.  “A redução na circulação de dinheiro faz com que as empresas produzam menos, piorando as perspectivas do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. Se prevemos uma queda de 1,5% no PIB brasileiro em 2015, acredito que no Amazonas esse índice deva ficar em torno de 1%”, afirmaram os economistas.

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