Professora é punida por denunciar ‘sex shop’ em escola estadual

Ana Lúcia Brito de Araújo considera injusta a punição e diz que houve inversão de valores no tratamento do caso - Foto: Foto: Jander Robson

A professora Ana Lúcia Brito de Araújo, que lecionava na Escola estadual Castelo Branco, no bairro São Jorge, na Zona Oeste, foi suspensa das atividades por 60 dias por ter denunciado a venda livre de produtos sexuais destinados a maiores de 18 anos em um brechó que acontecia no colégio em agosto de 2016. 

Ela explicou que o processo administrativo contra ela foi registrado em outubro de 2017 na Comissão de Regime Disciplinar da Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino (Seduc), mas apenas no dia 20 de fevereiro desde ano, o parecer foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE).

A ação, segundo a professora, foi movida porque a Seduc acredita que a servidora expôs os estudantes que estavam nas fotos divulgadas no A Crítica na época (os rostos foram borrados).  Ela se defendeu afirmando que todas as imagens publicadas foram alteradas para que não identificar os alunos.

“No processo administrativo eles não possuem as fotos originais, já que eu nunca as publiquei pois tenho respeito aos meus alunos. Além disso, todas aquelas imagens foram cedidas por eles, já que alguns entendiam a gravidade da situação”, explicou.

Para a professora, a Seduc cometeu injustiça, após a equipe de gestão Escola estadual Castelo Branco descobrir que ela  havia feito a denúncia.

“Eles pressionaram e até coagiram meus alunos. No entanto, eu não me importo. Vender aqueles produtos de sex shop para adolescentes é imoral e ilegal. Só estava fazendo o meu trabalho de professora e mãe. Só que ao invés da secretaria culpar a organização desse evento, ou até mesmo os donos do produto, houve uma inversão de valores e a culpa toda está nas minhas costas”, afirmou.

Conforme publicação do Diário Oficial do Estado, além da suspensão, a  servidora deve ficar sem receber durante dois meses. “Eu estou desesperada por ajuda. Já fui até no Ministério Público”, disse. Até o fechamento desta edição não recebemos respostas da  assessoria de comunicação da Seduc.

amazonianarede-acrítica

 

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