Tradição de mais de dois séculos, lavagem do Bonfim tem pagamento de promessas e muita celebração

Tradição de mais de dois séculos, lavagem do Bonfim tem pagamento de promessas e muita celebração

Salvador, BA – Uma tradição de mais de dois séculos se repetiu na manhã desta quinta-feira (11), em Salvador. Sob o tempo nublado, que ajudou a amezinar o calor, milhares de católicos, seguidores dos orixás e turistas percorreram oito quilômetros entre as basílicas de Nossa Senhora da Conceição da Praia e a Colina Sagrada, para celebrar o Nosso Senhor do Bonfim, Oxalá para o povo de santo, durante a tradicional Lavagem do Bonfim.

A celebração começou na Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia, no Comércio. Às 5h, uma alvorada de fogos anunciou a abertura de um dia de celebrações. Foi lá que ocorreu um dos momentos mais símbolicos da festa. Um culto inter-religioso, às 8h10, reuniu representantes de diversos segmentos religiosos, como católicos, espíritas, hinduístas e candomblecistas.

 

Cada líder religioso deixou uma palavra de fé e pedidos de paz. Ida Meireles, representante do hinduísmo, falou sobre respeito.

Em ano eleitoral, todos os representantes falaram sobre a moralidade na política.

Com o término do culto inter-religioso, os fiéis seguiram em procissão rumo à Colina Sagrada, no Bonfim, por volta das 8h45. Ao todo, foram mais de quatro horas de caminhada num percurso de oito quilômetros. Uma chuva fraca marcou os primeiros minutos do trajeto, mas não intimidou o público.

Multidão   branca

Uma multidão vestida de branco acompanhou o cortejo, que chegou à Colina Sagrada pouco depois do meio-dia. Por volta das 12h45, outro ato simbólico que marca a festa foi realizado: a lavagem das escadarias da Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim, feita pelas baianas, que também representam o povo de santo e celebram Oxalá.

Quem fez toda a caminhada foi o artista plástico Djalma dos Santos. Há 30 anos, a tradição se repete para ele em forma de pagamento de promessa, que tem a ver com o agradecimento pela paz e saúde no ano que terminou.

Todo o culto foi acompanhado pelo governador do estado, Rui Costa, e pelo prefeito de Salvador, ACM Neto. Ambos preferiram não falar sobre questões que envolvam as eleições deste ano.

Rui Costa disse que era um momento de fé. “O Senhor do Bonfim tem uma simbologia muito grande. É um momento de muita fé, independentemente de religião. Isso simboliza muito o que é a Bahia, esse sincretismo, de convivência entre as religiões”.

O prefeito ACM Neto também destacou a força do sincretismo religioso. “Faço todo ano essa caminhada com o sentimento de quem tem muita fé no Senhor do Bonfim. Salvador é o palco das grandes festas populares, que misturam as diversas religiões, que consagram a presença das pessoas nas ruas”.

Amazonianarde-Sistema Globo

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